sexta-feira, 25 de julho de 2008

Eras tu não eras?

Na mala tinha uma caneta e um papel. Só me faltava a coragem.
O coração batia como quando estive contigo.
O mesmo corpo, a mesma banhinha antes dos calções compridos, o mesmo olhar franzido e fugidio, e aquele relógio no pulso que não me sai da cabeça.
Eras tu não eras?

segunda-feira, 30 de junho de 2008

O Silêncio de que fala Zé

Tudo começou por uma grande paixão pelas ilhas, a quem começámos a chamar “nossas”.
A história que vos vou contar passa-se em duas ilhas, longe daqui, longe, muito longe.
O tempo estava óptimo. Mais chuvinha, menos chuvinha, mas isso é normal.
Eu adoro andar de avião, não só pela sensação de ir, mas também pelas óptimas refeições servidas a bordo. Mas o melhor desta viagem não foi isso.
Lá há água, água, água. Para além do silêncio, é o que há lá mais.
Tudo é bonito quando lá estamos e conseguimos sentir os pequenos pingos de água a caírem na nossa cabeça. Tudo se torna menos bonito quando nos lembramos que cá estamos a poupar cada pinga dessas.
As encostas, de onde cai essa água, metem respeito. Grande não é o maior homem do mundo. Grandes são aqueles montes polidos pela chuva.
Vaquinhas, vaquinhas, vaquinhas. Gostava de ser como elas. Ficar sentada a olhar...apenas a olhar...precisar apenas de erva para comer, daquele ar puro para respirar, e daquele barulho do silêncio para ouvir. Para quê o frenesim dos dias, a pressa de chegar ao emprego, o barulho dos carros, as idas ao supermercado, o dar de comer ao cão, de matar a cabeça com coisas sem importância? Para quê? Lá é assim, lá não há complicações, não há!
Agora que cá estou, tudo voltou o “normal” dos dias. Chegada de novo a casa. Lágrimas foram mandadas pelos ouvidos, ao ouvirem de novo o barulho do barulho.
Gostava de conseguir ouvir esse silêncio que lá se faz, aqui (de alguma forma parar o processo).
Ainda consigo sentir o cheiro a erva, o ar limpo, as gotas de água, os pés molhados, o balançar do mar e o silêncio das montanhas.
Mas o melhor desta viagem foi mesmo descobrir, finalmente, o silêncio de que fala Zé, Tal como som do silêncio de uma ventania, o som que se encerra na barriga de um gato que dorme, o som de uma lagarta que se transforma, de uma semente que germina, de um abraço eterno, o som das montanhas que falam umas com as outras.
Sim Zé, a vida é mesmo bonita...lá, lá é bonita sim.

sábado, 17 de maio de 2008

Clã

'Agora, mais do que nunca, não posso deixar de ouvir a voz de Manuela.' Faz-me sentir a pessoa mais feliz do mundo, como um passarinho que pode voar até onde quiser.
É impossível parar de dançar e cantar. É impossível não te nascer um sorriso nos lábios ou uma lágrima no olho.

Os únicos ingredientes para a alegria são um Cd dos Clã e a tua alma.

'Seja como for, Amor.'

Clã 4EVER


domingo, 11 de maio de 2008

sábado, 10 de maio de 2008

Amigo

Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra amigo!

“Amigo” é um sorriso
De boca em boca
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

“Amigo” (recordam-se vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
“Amigo” é o contrário de inimigo!
“Amigo” é o erro corrigido
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.

“Amigo” é a solidão derrotada!
“Amigo” é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
“Amigo” vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O’Neill

terça-feira, 6 de maio de 2008

O outro lado do Muro

Olá Amigos, não tenho escrito nada durante estes dias, mas hoje decidi escrever para vos dizer como me sinto.

Os meses que passaram não foram bons de passar, mas fizeram-me ver coisas que nunca tinha visto. Fizeram-me saltar pelos muros da vida e ver que cá do outro lado as coisas são muito mais simples e bonitas. Feri-me claro, mas sei que valeu a pena.
O tempo cura tudo o que tiver de curar, a música limpa-nos a alma do mal que nos rodeia e os amigos são a melhor coisa que podemos ter.
E agora vivo com a maior calma do mundo, porque tudo se resolve, basta esperar que o tempo chegue e nos diga que vai andar para a frente. Para traz ele nunca anda, mas antes era o que ele nos dizia. Mas agora não, ele diz-me sempre que vai andar para a frente.
Este meu estado de espírito não se deve apenas aos muros que passei, à força que tive. Agora mais do que nunca não posso deixar de ouvir a voz de Manuela e a de Alfredina. Elas são as melhores amigas do mundo e do outro mundo que irão descobrir.
Hoje vejo o outro lado do muro, já bem longe, e é apenas uma estrela do céu que me faz rir.

Sejam Felizes. Vivam.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Tive mesmo que escrever isto...!

Eles fazem trabalhos e trabalhos sobre tudo e mais alguma coisa. Pesquisam, informam-se e apresentam aos outros o que aprenderam. Mas parece que lhes entra por um ouvido e sai por outro. Deitam o lixo para o chão sem qualquer pensamento prévio.
Não o consigo dizer de nenhuma forma mais limpa, é impossível. É uma das coisas que me afecta mais a alma, e que me irrita abundantemente. Sem poder dizer nada, disfarço ter visto o gesto de deixar cair o papelinho do chocolatinho que foram comprar para satisfazer o desejo. Deixa-me triste saber que vivemos num mundo de porcos e pessoas inconscientes. Mete-me nojo. É o mínimo que podemos fazer por todos os que cá estão e que cá estarão. Não percebo, não entendo qual será a dificuldade de andar 5 centímetros até ao caixote mais próximo. Mas parece que já ninguém se importuna com isto, esta simples regra da humanidade. Parece que é a coisa mais normal do mundo e que ser porco não começa ai.
No outro dia pensei em todas as maneiras de gastar o dinheiro e descobri que isso é diferente de pessoa para pessoa. Existem pessoas que gastam o dinheiro em roupas de marca, champôs de maior qualidade e porcarias outras, e que por isso não lhes resta dinheiro para pagar a alguém que lhes limpe a casa, nem para passear aos fins-de-semana. Por isso estas pessoas, ao fim de semana, estão em casa a passar a ferro, a lavar o chão da cozinha, as paredes da casa de banho e outras coisas mais. O passeio mais longe que fazem é ao fórum, até ao último piso, o do cinema, passando pelas lojas todas, horas e horas. Comparam as roupas das amiguinhas e no dia seguinte vão comprar aquela camisola “especial”, muito bonitinha, que a amiga conseguiu comprar antes dela.
E ainda existem outras, as pessoas que optam por vestir roupas dos ciganos, e que podem assim ter uma empregada que limpe o pó (mesmo que seja só à superfície) e passear um pouco mais longe. Estas são as que conseguem olhar mais além do que têm à frente dos olhos, que conseguem aprender alguma coisa todos os dias, sem ser o preço das calcinhas rasgadas, muito giras, que estão à venda na loja x, até a um preço muito razoavelzinho.

Para não ouvir a diária conversinha fútil de quem tem mais e melhor, a música é o melhor remédio.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Hoje adormeci a pensar no que disseste. Amanhã acordei. Saio-me um sorriso na cara ao olhar o Sol. Nunca o tinha visto assim, hoje estava mais brilhante. Durante o dia não sei o que aconteceu. Parecia que o mundo me tinha caído em cima, mas não era suposto senti-lo. Depois ouvi outra coisa bonita vinda de ti. Cada pequena coisa que me dizes me aquece ainda mais a alma.
Hoje adormeci a pensar no que disseste.

24.01.08

Viagem no perfeito mundo

O dia está longo. A viagem parece curta, mas não é.
São Quilómetros que parecem infinitos de percorrer. No entanto é apenas metade de Portugal por onde passo.
Meus olhos seguem cada rotação, cada milímetro da estrada e cada folha do vento.
Paragem a paragem, entram e saem pessoas, com a ânsia de chegar, com um único objectivo a alcançar. Os olhares estão distantes de tudo, separados no espaço. Outros, numa só viagem, é fácil saber quem são, o que fazem, para onde vão.
A música que me dança na alma faz sentir o mundo girar por baixo dos nossos pés, senti-lo correr connosco; um olhar sobre o horizonte e pelo vento que o desequilibra; a viagem balança ao ritmo da voz de Manuela, que me aquece o coração.
É sentirmo-nos a crescer cá dentro, a cada momento que passa, é sentir o futuro mais perto do que á segundos atrás.
Quando a música acaba isto foi tudo um sonho num mundo perfeito. O bom é que se pode repetir quantas as vezes quisermos.


31.03.08 1:06h
Tento escrever aquilo que me enche a cabeça, aquilo que me dá vontade de dizer, aquilo que acontece lá fora, que sinto. As palavras só saem para dizer que não as consigo dizer.
Tento falar das coisas da vida, de as contar com franqueza e serenidade. Apetece-me escrever aquilo que sinto hoje, que senti ontem e que quero sentir amanhã. O caderno está riscado e com espaços em branco. Só a música que oiço diz o que sinto e o que quero dizer e não consigo. Quando me lembro de frases que encaixam as palavras é já de noite.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Momentos do fogo

Os pés estão apontados para o calor, perguntando em voz baixinha se os posso por mais perto dele. As mãos perguntam o mesmo. Respondo-lhes que sim. Todo o meu corpo é agora quente. Os outros seres vivos existentes na sala fazem o mesmo e respondem ao seu corpo que sim, sempre muito baixinho. A visão é ainda melhor. As chamas são as coisas que fazem o quentinho, são esquisitas; formam-se a partir daquilo que lhes damos e vão-se embora quando aquilo que lhes damos já falta. Às vezes vêm com fúria e fazem calor demais, mas não deixamos de gostar delas por isso.
Se houver alguma resposta entre o não e o sim, é essa que te dou.
Se as minhas lágrimas fossem água, já não existiria água.
Se os amigos fossem nuvens, nunca choveria.
Se nós fossemos grandes, o mar era pequenino.
Se a lua fosse o tubarão das estrelas, eu viveria nela.
Se eu fosse bonita, o mundo era feio.
Se a parvoíce fosse o sol, estávamos todos esturricados.
Se o tempo fosse amor, estávamos aqui eternidades.
Se a amizade fossem folhas, cresceriam, uma a uma, muito devagarinho.
Se o horizonte fosse uma ponte, as pontes eram lindas.
Se o som fosse o silêncio, eu não estaria aqui.
Se eu não gostasse mesmo de ti, não seria aquilo que sou hoje.
Se eu te compreendesse, fazia uma festa.
Se o cacto não picasse, os picos eram todos teus.
Se não saem mais palavras é porque não há mais nada a dizer.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Alfredina, só tu sabes que é para ti

Hoje bateu-me na mão a luz do sol e senti a luz de ti.
Troquei as palavras para aí chegar, e cheguei.
Gostei de te ver. De sentir aquele abraço.
A minha e a tua amizade são maior que tudo. Nunca vou esquecer o que fizeste por mim, mesmo que ainda não tenha resultado.
Tempo e distância não rompem o quão és importante para mim. A prova disso é que fiquei a gostar te ti mais ainda.
Dia 11 nunca vou esquecer.
Esqueci-me apenas de uma coisa...
De te dizer que te adorava.

A minha gata preta

Tenho uma gata preta que nunca esquecerei.
Vejo-a olhar o horizonte, olho também.
Dizem que é uma bola de pelo quando dorme.
Eu não acho. Para mim é uma bola de ternura (quando dorme!).
Tem língua de camalião, por isso chega onde for preciso para se pôr bonita. Com essa mesma língua nos dá beijos, aquilo a que se chama "lambidelas".
Os seus olhos esprimem o resto do amor.
E adoro ver as suas quatro patas todas alinhadinhas no chão.
Dizem que eles têm personalidade. Nisso acredito.

Sonhos

Sonhos de Noite

São o espelho que nos envolve a mente, mas que nada tem a ver com ambições. São uma mistura estúpida de personagens, que nunca imaginámos ver juntas.
Não gosto de sonhar à noite, põe-me triste. Porquê não sei.
Nunca sonhei com o mar calmo a bater na areia. Sonho sempre com ele a bater em rochas.
Nunca sonhei que o ia encontrar, mas apenas que ele ia a fugir.


Sonhos de Dia

Desses gosto. Sinto-me nas núvens quando os construo.
Mas quando desço dessas núvens a tempestade vem. É disso que eu não gosto.
"Não se resolve nada a divagar em sonhos quando nos esquecemos de viver"
J.K.Rowling
Adequa-se

É claro, depois também há aqueles sonhos docinhos, de cariz natalicio. Mas isso é outra história que ficará mais para a frente.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Como a imagem é diferente daquilo que vemos, daquilo que olhamos.
Como o sentimento é dificil de exprimir.
Como a música nos faz sonhar facilmente, nos faz chorar e sorrir.
Como a vida é uma música que dançamos ao som da chuva.
Como as coisas que nos dizem mudam o nosso ser.
Como as pessoas são importantes para nós. Com elas partilhamos o chão que pisamos e o que vai dentro do coração.
Como alguém é tão importante para nós que vamos até ao fim.
Como quando amamos alguém, a palavra ‘desistir’ não existe.
Como conseguimos ter força para lutar.
Como os momentos nos arrepiam.
Como os acasos da vida são um simples sinal, um simples apertão, uma simples alavanca.
Como as palavras que escrevo me fazem pensar.
Como o mundo é uma folha forte que vemos voar pela janela.
Como é possível gostar tanto dele?